Verbo ad verbum

Por mais que suas pernas tentem ganhar distancia
seus pulmões fraquejarão frente ao ar gélido
as fugas convencionais e eloquentes são clichês
o fugitivo perfeito sabe a hora e como se camuflar
sabe que a confiança tem que existir ao menos uma única vez....

mas esse é o fugitivo perfeito.... que aliás nem é tanto assim...
sempre encontrado, flagrado e aprisionado com seus passos em falso,
sempre algemado por algum rompante de sentimentalismo....
com certeza sua lógica se debate com o ideal....

duas condições interessantes....
por um lado tudo se converte em numeros e estatisticas
em suposições e fatos que se revelam peças importantes
por outro a pintura de uma surrealidade confortável é apeladora,
por que? como? e com quem? vivência e felicidade...

refugiando-se em portos materialmente seguros,
blindando-se com estratégias convencionalmente garantidas,
camuflando-se com o lixo que durante um bom tempo auto expurgava
será isso flagelos de perfeição?

bom, de qualquer forma não se foge do dual,
não na maioria da vezes em que se enfrenta paradigmas...
ou quqndo vc começa a desconfiar da sua propria veracidade
é engraçado como muitas vezes o escrupulo não serve na face
e como as outras mascaras já estão tão pesadas e deterioradas
que não consegue-se um bom rendimento...
hilário....

Nosso fugitivo decide se entregar, e contar como desenrolou sua empreitada
nosso fugitivo consegue convencer, a sí ( sempre) e a seus perseguidores
exceto um, seu orgulho...

o fugitivo é libertado, e agora não tem mais do que fugir,
ficam suas manias, seus medos, suas estrategias sendo usados em vão
se entregou por reconhecimento
se perdeu pelo medo
sem platéia, sem amigos, sem preenchimento
sobra apenas o vácuo...